Junho Violeta: campanha alerta sobre riscos da ceratocone, doença que pode ser confundida com miopia e astigmatismo
O mês de junho é marcado pela campanha Junho Violeta, que tem como objetivo alertar sobre os perigos da ceratocone, doença que afeta a estrutura da córnea, camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular, e se caracteriza por um afinamento e aumento na curvatura da córnea, que sofre alterações: deixa de ser redonda e adquire formato de cone. Dessa forma, o os sintomas mais comuns são visão distorcida, embaçada, podendo gerar miopia e astigmatismo, causando a troca constante das lentes dos óculos, uma razão de, muitas vezes, a doença ser confundida com outros problemas de visão.
O ceratocone costuma surgir na infância, na adolescência ou no início da vida adulta, e pode progredir por 30 anos. Cerca de 1% a 5% da população possui defeitos em um gene que desencadeiam para o ceratocone.O surgimento da doença também depende de estímulos externos, como a coceira frequente dos olhos ou o ato de apertá-los.
Um dos recursos para a cura do ceratocone é o transplante de córnea. De acordo com o Instituto de Cirurgia Ocular do Nordeste, embora a doença seja a principal causa desse transplante no Brasil, ele só é indicado em um número pequeno de casos mais graves, quando os pacientes deixaram de responder bem às outras formas de intervenções, como o crosslinking (cirurgia que fortalece as moléculas de colágeno da córnea a partir de irradiação ultravioleta) e o implante de um anel nas córneas, chamado Anel de Ferrara, que melhora o conforto e a visão do paciente.
Já o transplante consiste na substituição da córnea comprometida pelo ceratocone por outra saudável de um doador de um banco de olhos. São raros os casos de rejeição, mas o transplante pode ser repetido se houver algum problema. como a doença se caracteriza por uma deformidade na córnea, quem tem ceratocone não deve coçar os olhos para não agravar o problema. Em caso de sintomas como desconforto visual, dor de cabeça, fotofobia e coceira nos olhos, procure um oftalmologista.
FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO